Pessoas influenciam pessoas, por isso é importante ser criterioso em relação a quem permitimos que acesse nossa vida. A influência pode ser benéfica, quando nos cercamos de pessoas que torcem por nós e nos enxergam de forma correta. No entanto, mesmo no convívio com pessoas leais e amigas, existe o risco delas não discernirem o que realmente devemos escolher. Porque será sempre nossa a responsabilidade de fazer escolhas, não delas.
Quanto mais inseguros somos, mais as opiniões e julgamentos de outros nos influenciam. Porque, é inevitável que ao correr riscos, nossa fragilidade seja exposta. Este nível de exposição pode nos paralisar, especialmente quando fracassamos. Portanto, é importante que pessoas corretas estejam ao nosso lado, especialmente nos momentos difíceis. Quanto mais saudável forem os relacionamentos, menor será a influência que exercerão sobre as decisões que realmente importam.
Em contrapartida, se nos cercamos de pessoas erradas, os momentos desafiadores serão amplificados. Isto é, podemos facilmente não nos recuperar de uma derrota. Porque, ao permitirmos que pessoas negativas, que não nos codificam corretamente, nos cerquem, o momento de conflito transforma-se em uma sepultura. Muitas vezes, por influência de pessoas erradas, nossos sonhos e ideais são sepultados e o luto passa ser um estado de espírito. O verdadeiro companheiro de jornada não decide por nós, mas também sabe como nos encorajar a prosseguir lutando.
“Nunca permita que uma pessoa te diga não se ela não tem o poder de dizer sim. Ninguém pode fazer com que você se sinta inferior sem o seu consentimento.” Eleanor Roosevelt
Pessoas equilibradas
Conviver e se abrir para novos relacionamentos e parcerias é extremamente saudável e oportuno em qualquer fase da vida. A convivência, especialmente com pontos de vista e ideias diferentes nos enriquece. Mas, precisamos proteger nossa identidade, estabelecendo limites para os que os desconhecem. Nem sempre é uma tarefa fácil equilibrar o tanto de espaço que devemos conceder, com o espaço que devemos delimitar.
Certamente, os traumas e decepções que colecionamos, nos transformam em pessoas mais cautelosas. De maneira idêntica, podemos levantar muralhas intransponíveis a partir destes momentos. Buscar o equilíbrio que nos livre das muralhas e nos ensine a cautela é uma arte que precisamos dominar. Ter coragem de ser vulnerável é essencial, quando desejamos amadurecer.
Aprenda a dizer não. Será mais útil para você do que ser capaz de ler em latim. C H Spurgeon
A capacidade de dizer não com convicção, protegendo nossa identidade, é inegociável. Jamais seremos pessoas livres e realizadas se não tivermos coragem de lidar com a incompreensão, julgamento e crítica. Algumas vezes será sábio considerar uma opinião diferente da nossa, outras vezes o melhor é simplesmente descartá-la. O “não” pode extrair das pessoas reações surpreendentes. Ele é um filtro excelente para peneirar o que vamos usar e o que deve ser ignorado dos relacionamentos que nos cercam.
Destruindo o impostor
“Quando consigo me desprender das pessoas e permito que Deus me liberte de uma dependência insalubre em relação a elas, mais eu consigo lhes dedicar minha existência, escutar com mais atenção, amar com mais altruísmo, falar com maior compaixão, brincar de maneira mais esportiva, me levar menos a sério e ter a plena consciência de que o meu rosto brilha sorridente sempre que me acho num jogo que aprecio completamente.” Brennan Manning
Brennan Manning escreveu vários livros em que aborda o tema de que convivemos com um impostor. O impostor é aquela personalidade que não nos define de fato, mas que insistimos em nutrir. O que nos leva a alimentar tal fraude, é a falta de clareza de quem somos. Além disso, temos dificuldade de lutar por nosso espaço, já que este mecanismo atua em alguma medida em cada um de nós. O impostor é derrotado quando assumimos os riscos de permitir que as pessoas convivam com quem somos de fato.
Somos imperfeitos, e isto é um fato contra o qual devemos parar de lutar. Por isso, ao tentarmos esconder nossos defeitos em busca de aceitação, nos distanciamos de nossa identidade. Sem uma identidade sólida, não somos capazes de encontrar sentido para o que fazemos. Seremos vulneráveis e instáveis se tentarmos corresponder às expectativas dos outros. Seremos criticados e mal interpretados às vezes. Alguns não gostarão de nossa companhia, outros nos abandonarão, mas este é o preço que temos que estar dispostos a pagar em nome do pertencimento verdadeiro.
“Não ser outra pessoa a não ser você mesmo, num mundo que, dia e noite, faz todo o possível para que você seja outro, significa travar a mais árdua batalha que um ser humano pode travar.” Brennan Manning
Agindo de forma intencional
Só seremos capazes de selecionar pessoas adequadas para estar ao nosso lado, quando estivermos vivendo a plenitude de nossa identidade. Ser seletivo é necessário quando almejamos crescimento. Precisamos influenciar pessoas de forma correta com nossa vida e conquistas. Inegavelmente cada ser humano nasceu com capacidade de contribuir na vida de seu semelhante com o que carrega. Portanto, manipulação e controle devem ser abolidos de nossas atitudes, porque não contribuem na conquista de novos territórios.
“Nunca confunda movimento com ação.” Ernest Hemingway
Nossos movimentos não são sinônimo de ação. Agir de forma intencional requer disciplina e boas doses de perseverança. Quando pretendemos reavaliar alguma decisão errada ou fracasso, temos que ser honestos em nossa análise. Por vezes constatamos que nossa vida tem muito movimento, mas pouca ação. O movimentar-se de um lado para o outro não nos transforma. Por vezes, inclusive confunde, pois sugere que estamos agindo, quando de fato estamos estacionados.
No entanto, a ação que é fruto de análise e programação, pode mudar nosso destino. Temos que começar pelo começo. Não seremos capazes de fazer a leitura de que estratégia temos que adotar, se não soubermos quem somos. Depois, temos que escolher com quem andamos; ou seja, a quem daremos permissão para acessar nossa vida. O próximo passo é traçar o plano de como atingir nossos objetivos. Não é difícil, mas ao mesmo tempo pode nos custar tudo.
Deus estará conosco nesta jornada, se permitirmos que Ele nos conduza. Ele sonhou conosco e só somos capazes de sonhar, porque fomos criados à Sua imagem e semelhança. Fomos desenhados para perseguir projetos maiores que nós, por isso, precisamos dEle como nosso principal aliado. Sem Ele, nossa vida fica vazia e sem significado.
Pessoas corretas finalizam o que acabou
Deus é aquele que orquestra nossas circunstâncias e nos conecta com pessoas estratégicas. Quando estamos atentos aos movimentos que Ele executa, respondendo de forma adequada, os relacionamentos nos aproximam de nossos ideais. No entanto, o oposto também é verdadeiro. Quando nos cercamos de pessoas erradas, elas podem nos distanciar do alvo. O ditado popular que diz: “Diz-me com quem andas que te direi quem és”, é muito apropriado. Porque, não somos capazes de andar muitas milhas ao lado de pessoas que possuem valores e objetivos diferentes dos nossos.
Ter compaixão e empatia é diferente de fazer aliança com pessoas que jamais poderão contribuir na construção do que sonhamos viver. Servir aos outros com nosso tempo e habilidades é um gesto altruísta e recomendado. Mas, muito diferente disso é permitir que pessoas com quem não temos afinidade continuem acessando nossa vida. Perseguir nossa identidade inclui ter coragem de descartar o que precisa ser descartado. Ter ousadia de finalizar o que já acabou, e que portanto, não tem como ser mantido.
Mudar hábitos não é simples e nem rápido, mas não é negociável quando se trata de nosso futuro. Só nós podemos fazer escolhas deste tipo, não podemos terceirizá-las, nem achar que o tempo se encarrega de corrigir o que quer que seja. Se quisermos influenciar nossa geração com o que fazemos, temos que estar em boa companhia, cercados de pessoas que tivemos coragem de escolher para estar ao nosso lado. Qualquer cenário diferente deste, no qual assumimos o protagonismo, pode sepultar nosso destino e comprometer nossa trajetória.