ordinário e o extraordinário

Precisamos do ordinário para que o extraordinário seja gerado. Porque, sem o habitual o inimaginável não existe. São os parâmetros definidos a partir do que é comum que reconhecem o incomum, já que, um não existe sem o outro. São as pessoas e circunstâncias triviais que transformam-se em excepcionais.

“O homem criativo não é um homem comum ao qual se acrescentou algo. Criativo é o homem comum do qual nada se tirou.” Abraham Maslow

“A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns.” Abraham Lincoln

Coincidentemente tanto Abraham Lincoln como Abraham Maslow escreveram sobre este tema. No entanto, mais importante do que registrar um conceito é aplicá-lo e ambos o fizeram. Suas trajetórias brilhantes e sua contribuição para a humanidade foi possível graças a este entendimento. Eles foram pessoas admiráveis.

Perseguindo o extraordinário

Todo ser humano tem potencial de extrair do cotidiano algo incomum, pois, fomos criados com capacidade de superação. Portanto, são os desafios que treinam nossa musculatura para que sejamos capazes de enxergar o invisível. Aquilo que outros não viram ou exploraram pode nos transformar em pessoas fabulosas.

Nascemos para perseguir o “diferente” porque somos únicos. Nossa identidade singular é o que garante ser possível viver trajetórias inéditas. No entanto, a análise do que é ou não incrível, jamais pode ser feita sem considerar o todo. Isto é, um sobrevivente de uma guerra é tão ou mais fenomenal do que o ganhador do Oscar, já que, cada um em sua esfera de ação é vencedor.

Erramos quando nos comparamos com os demais e suas conquistas. Pois, cada ser humano é um universo. Somos complexos e únicos, portanto, seria incoerente imaginar que temos meios de medir nossas conquistas ao nos compararmos com quem quer que seja. Não temos rivais quando entendemos quem somos, lidando honestamente com nossos limites e buscando superá-los.

Transformando o ordinário

Por isso, saber ler e escrever pode ser uma grande conquista para alguém oriundo de uma condição social menos privilegiada. Ao passo que possuir diploma universitário pode não significar tanto para alguém que poderia ter explorado melhor suas oportunidades. O magnífico é medido a partir do ponto de partida de cada um. Por isso, seria um erro analisar apenas a classificação da chegada ignorando as condições da largada.

“Meu pai ensinou-me a trabalhar, porém não me ensinou a amar o trabalho. O homem que trabalha somente pelo que recebe, não merece ser pago pelo que faz.” Abraham Lincoln

Amar quem somos e o que fazemos é uma das chaves que nos conduz a descobertas grandiosas. Somos brilhantes quando, a partir do ordinário, concebemos o sensacional. As biografias que extraem lágrimas de nossos olhos são as que narram histórias de superação. Pois, foram escritas por pessoas que não se deixaram vencer pela dor ou dificuldade.

Ainda que muitos não vejam ou reconheçam temos chances diárias de viver de forma inusitada. Apenas quando somos quem fomos criados para ser influenciamos quem nos rodeia. Não precisamos de atos heroicos ou extravagantes, no entanto, necessitamos de coragem para nos vestir de nós mesmos. Desprovidos de máscaras ou fantasias devemos lutar pelo que acreditamos.

Ousando ser livre

Igualmente importante é aniquilar o medo. Pois, ele nos rouba a liberdade necessária para que nossos sonhos se concretizem. O olhar julgador do outro pode nos paralisar se autorizarmos que sua opinião nos limite. Nenhum ser humano nos conhece de fato, portanto, nenhuma voz pode ditar quem somos a não ser que permitamos.

Ao decidir protagonizar nossa história assumimos o comando e os resultados serão esplêndidos. Temos que fazer da liberdade nossa pátria, reivindicando-a em cada novo desafio. Nenhuma dificuldade é grande demais para os que entendem que nasceram com um propósito. Deus em sua sabedoria nos criou com um DNA singular e assim também deve ser nossa trajetória. O Brasil e o mundo precisam de pessoas corajosas.

“Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria.” Benjamin Franklin

O ordinário é a matéria-prima de onde todos nós partimos. Pois, o usual em nossas mãos pode ser surpreendente pelo simples fato de ter sido dito, feito, escrito, cantado ou desenhado por nós. O banal pode ser fenomenal se nossa impressão digital estiver nele. Nascemos para deixar nossa marca por onde andamos.

Não sabemos se o que fazemos influenciará uma pessoa apenas ou uma multidão e isto é o que menos importa, mas, não podemos passar despercebidos. Nossa existência precisa cumprir um propósito. Com a ajuda do Criador, encontramos sentido para nossos dias e nenhum deles jamais será ordinário. Cada um deles nos conduzirá e contribuirá para que nossa jornada seja extraordinária, pois, nascemos com a necessidade de explorar o belo e a beleza da vida.