“Estou sempre disposto a aprender, mas nem sempre gosto que me ensinem.”
Essa frase de Churchill, aparentemente contraditória, revela um aspecto interessante do ser humano. O aprendizado envolve observação e humildade. Nem sempre possuímos ambos, mas eles são componentes da mesma equação.
Não gostamos que nos ensinem, quando julgamos estar certos em nossas convicções e argumentos. Outras vezes não é nenhuma certeza que temos que nos impede de ouvir o que o outro tem a dizer, mas nosso orgulho.
O verdadeiro aprendizado se dá quando observamos o que fazem e como vivem outros e nos permitimos moldar. A arte de aprender envolve humildade, que admite a ignorância, e voluntariamente se posiciona.
Nem todo aprendizado se dá pelo estudo de algum tema específico. As maiores lições são absorvidas pelo exemplo. Os verdadeiros líderes e mestres possuem seguidores que reconhecem-nos como modelo.
A verdadeira liderança não é imposta. Ela precisa ser voluntária em sua essência. Todo aquele que deseja ensinar com maestria precisa ser um eterno aprendiz. A simples conclusão de que se sabe tudo, denuncia a ignorância.
“Se alguém julga saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.” 1 Co. 8.2
Ensinando a aprender
Ensinar igualmente não é tarefa fácil. O que ensina precisa mais que domínio de conteúdo, precisa saber como comunicar o que sabe. Muitos carregam profundos conhecimentos a respeito de algo específico e não são capazes de repartir o que sabem.
Os seres humanos não são completos em si mesmos. Propositadamente não somos bons em tudo que fazemos. A necessidade de que o outro nos complete gera a unidade que devemos perseguir.
“Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos.” Pv. 8:12
“Ouve o conselho, e recebe a correção, para que no fim sejas sábio.” Pv. 19:20
O fundamento da verdadeira sabedoria está na admissão da dependência que devemos ter uns dos outros. Não uma dependência infantil e manipuladora, mas aquela que enxerga no outro o que lhe falta.
A ignorância não deve ser temida. A negação dela é mais temível que sua admissão. Tanto o que ensina, como o que aprende não sabem tudo e nunca saberão. Devemos intercalar os papéis com maestria, sendo eternos aprendizes e mestres.
Os que dominam esta arte, são aqueles que não pensam de si mesmos além do que convém. São os que não se levam tão a sério, porque não precisam estar sempre certos. São os que verdadeiramente entenderam o sentido da vida.