“O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que têm medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.”
Henry Van Dyke
É próprio das crianças achar que o tempo não passa e dos mais velhos achar que ele voa. À medida que o tempo passa, adquirimos convicção de que perdemos algumas chances de fazer diferente. Desperdiçamos oportunidades que não voltam mais. Por isso, mais do que nunca, é imperativo valorizar o hoje.
Saber contar os nossos dias e vivê-los com sabedoria é característica de quem aborda a vida de maneira correta. Nem o desejo de absorvê-la rapidamente, ansiando pelo futuro, nem a apatia em relação ao presente, nos aproximam do verdadeiro sentido que ela possui.
Quando aprendemos a apreciar o trajeto, enquanto nos direcionamos para o destino, a jornada fica prazerosa e chegamos mais rápido. O peso sobre nossos ombros diminui, à medida que usufruímos das belezas do agora.
Nossa ansiedade não consegue acrescentar qualquer benefício ao que não aconteceu como gostaríamos. Dosar corretamente nossas expectativas, ajustando-as aos nossos recursos, nos aproxima de uma vida sábia e coerente. Existem coisas que simplesmente fogem de nosso controle e alcance. E contra elas não é sábio lutar.
A sabedoria dos anos
Os anos acrescentam sabedoria e leveza a nossa abordagem da vida. Todos os que já começaram a desacelerar o ritmo, aprenderam que não é só o corpo que sinaliza nesta direção, mas a experiência demonstra que a agitação e ansiedade não nos levam mais longe ou mais rápido.
Lentamente começamos o processo de descarte de tudo que torna a vida complicada. Aprendemos a difícil lição de viver um dia de cada vez. Não se levar tão a sério também é um ingrediente importante desta receita. Cada vez que erramos ou nos arrependemos de alguma escolha feita, existe sempre a chance de recomeçar.
Aprender, reaprender, desaprender… este é um ciclo muitas vezes repetido e não se esgota. Não sabemos tudo e nem precisamos saber. Somos eternos aprendizes e devemos ter curiosidade para perseguir a novidade escondida em cada amanhecer.
As marcas do tempo
Imaginar que o tempo não deixará marcas externas e internas é ignorar as características deste companheiro de jornada. Reconhecer as marcas positivas e as negativas, que denunciam a ação dos anos em nosso corpo e mente, é indicado. O valor que atribuímos a estas marcas deve ser proporcional ao aprendizado que elas carregam.
A visão pode não ser tão boa e precisa, mas é certamente, mais profunda e ampla. A pele pode não estar tão viçosa e lisa, mas suporta com mais facilidade os arranhões e hematomas da alma. Os pés podem já não ser tão ágeis, mas são certeiros e conhecem alguns atalhos que só o tempo ensina.
Conviver com o tempo, percebendo-o como aliado, é uma arte que poucos dominam. Ele escorre de nossas mãos com uma rapidez peculiar de tudo que é raro e valioso. Definitivamente, os que deixam sua marca, em sua breve passagem por este mundo, são os que reconhecem no tempo seu eterno aliado.
“Eu vou envelhecer, mas nunca perderei o gosto pela vida, porque a última curva da estrada será a melhor.” Henry Van Dyke
“Maturidade tem mais a ver com o tipo de experiência que você teve na vida, do que com quantas velas você apagou.” William Shakespeare