A revolução que todos querem é aquela que promove grande mudança a partir do particular. Portanto, é aquela que nos atinge em alguma medida. Cada um de nós tem um quê de revolucionário dentro de si. Afinal, nascemos para fazer diferença.
Porém, a verdadeira revolução não é definida pelo externo, pelo barulho, pela vestimenta ou pela linguagem. Associar revolução com balbúrdia, insubmissão e violência é, no mínimo, perder o foco. Nos distanciamos da essência de uma revolução quando permitimos que o externo seja maior do que nossas convicções.
Muitas são as formas de externar nossa inconformidade com o que está proposto. Todas elas, de alguma maneira, denunciam nosso grau de maturidade quando pretendemos ser agentes dessa mudança.
Há os que pensam de si mesmos além do que convém, e por isso, chamam para si a responsabilidade de influenciar. Geralmente, são esses os que usam de controle e manipulação para atingir seus objetivos.
Porém, em geral, os verdadeiros revolucionários não colhem os frutos de suas descobertas e avanços em sua geração. Passam anos e quiçá décadas, até que os resultados apareçam. Portanto, parte da essência de um revolucionário é sua capacidade de permanecer no anonimato.
A revolução de dentro para fora
Os revolucionários são os que possuem uma identidade bem definida e, por isso, influenciam os que estão à sua volta, a partir de suas convicções e exemplo. Ninguém pode revolucionar, o que quer que seja, se não possuir segurança em quem é e foi chamado para ser.
Quanto mais convicção temos de nosso potencial, qualidades e defeitos, tanto mais eficientes seremos em influenciar os que estão à nossa volta e quem sabe nossa geração. A verdadeira revolução começa de dentro para fora. No entanto, nunca estará desatrelada do coletivo.
Inegavelmente, o revolucionário é aquele que tem coragem de confrontar seus próprios limites. Por isso, não teme rever posições ou padrões aprendidos e absorvidos ao longo da vida. Todo revolucionário sofre privações e é incompreendido em alguma medida.
“Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade.” Pv. 16.32
A revolução promovida por Jesus
Sem dúvida, o maior de todos os revolucionários foi Jesus. Ele não só nasceu despercebido e soube como manter o anonimato até os 30 anos de idade, como sofreu as consequências da incompreensão e hostilidade em sua época.
Liderou pelo exemplo. Abominou a violência. Submeteu-se aos governos da época, quando Ele mesmo dominava sobre eles. O homem de dores e que sabe o que é padecer cercou-se de pescadores e de homens iletrados, a quem chamou a ser pescadores de homens. Foi neles que investiu e a quem confiou Seus segredos.
Não tinha aparência e nem formosura, mas sabia quem era e porque estava na terra. Cumpriu sua missão e foi incompreendido, julgado injustamente por ter feito o bem e curado a muitos que vieram a seu encontro de mãos vazias.
A liderança de Jesus será sempre baseada em compaixão. Buscará sempre responder as questões do coração. Os revolucionários de sua época não o compreenderam, mas foi Ele quem dividiu a história em antes (a.C.) e depois de Cristo (d.C.).
A verdadeira revolução é aquela que nos conecta com nossa origem. É também aquela que nos devolve valor e significado. É aquela que começa dentro de nós e se estende por onde quer que passemos. É aquela que só eu e você podemos promover, quando temos coragem de seguir Seus passos e exemplo.
“Não é o discípulo mais do que o seu mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor.” Mt. 10.24,25a
“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me;” Mt. 16.24