Algumas pessoas convivem com medo de maneira passiva. Acostumam-se com as limitações que ele impõe. O medo pode ser algo sutil e aparentemente inofensivo, mas em geral nos paraliza.
Convivi com alguns deles ao longo de minha vida. Ainda hoje não me considero uma pessoa valente. Mas, foi precisamente quando entendi que precisava lutar contra ele, que consegui dimensionar o quanto ele me limitava.
Os primeiros indícios surgem na infância, e na maioria das vezes não são confrontados. São facilmente confundidos com timidez, temperamento, ou quem sabe, até prudência. A verdade é, que qualquer coisa que temamos, seja grande ou pequena, subtrai um pouco de quem somos.
Superando o medo
Um dos principais medos, com o qual tive que lidar, foi o medo de dirigir. Ele é mais comum do que pensamos. Existem inclusive profissionais especializados em ajudar pessoas que sofrem com esta fobia.
No meu caso, foi um processo longo e cheio de etapas. Eu dirigia, mas sofria antecipadamente toda vez que tinha que pegar o carro. Não importava a distância do trajeto, a ideia me apavorava, até que desisti. Passei anos sem nem ao menos cogitar a ideia de voltar a dirigir.
No ano de 1999, resolvi encarar de frente o desafio. Comprei meu carro, refiz a autoescola e corajosamente dei os primeiros passos na direção de minha liberdade. Não foi fácil. Lembro de várias circunstâncias que me desafiaram. Lembro em especial de um comentário, feito por um colega.
Ele possivelmente nem lembra disso, mas para ele meu medo era descabido. Foi então que ele me disse: Do que exatamente você tem medo? Você paga impostos, é dona de seu carro, sabe dirigir, e outros já fizeram antes de você… Naquele momento esta observação fez muito sentido.
Os momentos decisivos
Quando lembro disso hoje, a frase dele não foi de tanto impacto assim, mas naquele momento foi importante. Eu já estava posicionada, já tinha decidido lutar para vencer. O comentário foi como um empurrão.
Não me imagino hoje sem poder contar com meu carro. Não só pela mobilidade que ele me proporciona, mas especialmente porque foi uma conquista. Ela desencadeou muitas outras.
Minha mudança para Florianópolis, exigiu que eu transportasse muitos de meus pertences no meu carro. Tive que encarar o desafio de dirigir numa cidade que não conheço, bem menor do que Porto Alegre, mas ainda assim desafiador. Atualmente, com a ajuda do GPS, está mais fácil. No entanto, se aquele medo não tivesse sido vencido, hoje eu teria dificuldade, ou talvez nem tivesse me mudado para cá.
Temos a mesma essência
Talvez você não se identifique com esse tipo de medo, mas todos temos algum nível de prisão alicerçada no medo. Ainda hoje me deparo com circunstâncias que acionam este botão, mas sempre que identifico-as, procuro confrontá-las, com a ajuda do Espírito Santo.
Os medos podem estar mascarados, mas se simplesmente acomodarmos nosso estilo de vida ao medo, viveremos uma vida pela metade. E você? Está disposto a enfrentar seus medos? Lembre-se que só você pode fazê-lo. Temos mais capacidade de superação do que imaginamos.
Com a ajuda de Deus, podemos avançar rumo aos sonhos que Ele nos deu. A batalha é diária. Os gigantes precisam ser vencidos, para que nos transformemos na pessoa que Ele nos criou para ser.
“Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. No amor não há medo, antes o perfeito amor lança fora todo medo; porque o medo tem consigo a pena, e o que tem medo não é perfeito em amor” 1 João 4:8; 18