Dentro de cada brasileiro bate um coração verde amarelo. É um coração acostumado a lidar com desafios, um coração guerreiro que não desiste. Onde outros já jogaram a toalha, nós insistimos, inovamos e criamos oportunidades com muito bom humor e otimismo. É mais forte do que nós mesmos, bate forte aquele desejo de acreditar e continuar lutando e celebrando. Celebrar é o que fazemos melhor do que ninguém. Gostamos do ajuntamento, da música, da dança, do abraço e da risada… Há os que digam que Deus é brasileiro, porque quando nos criou colocou tanta beleza em nosso solo e em nossa gente que bem que dá para desconfiar que seja mesmo.
Na verdade, em cada raça, tribo, língua e nação existe um pouco do caráter de Deus, porque fomos criados à sua imagem e semelhança. Deus tem um coração amoroso e alegre como este que nos deu, um coração que acolhe e que abre espaço para abraçar o estrangeiro e peregrino. Nascemos em uma terra abençoada, livre, rica e com muito potencial. No entanto, o momento exige foco e determinação para continuarmos unidos, lutando pelo que temos de mais precioso e lindo – nossa liberdade.
A independência comemorada no sete de setembro foi o que nos transformou nesta gigantesca nação. Nosso hino ressalta esta característica de nosso imenso território que acolhe diferentes tipos de realidades e culturas. Mas, não importa de que parte do Brasil sejamos ou mesmo onde estejamos, quando nossa bandeira é hasteada e os acordes de nosso hino é tocado as lágrimas escorrem e o amor é expressado sem palavras.
O coração cansado
Infelizmente, nem todos estão deixando este coração guiá-los. Ou seja, cansaram de acreditar e de lutar, pois, algumas circunstâncias sugaram sua energia e drenaram suas forças. Contudo, nenhuma circunstância é maior ou mais poderosa do que a força deste coração que bate em nosso peito. A razão é uma só, nenhuma circunstância nos define quando nosso valor e identidade estão estabelecidos. Somos mais do que o que nos rodeia e nosso cérebro foi desenhado com capacidade de ressignificar acontecimentos. Além disto, podemos criar novas trilhas neurais. Isto é o mesmo que acessar diariamente uma nova oportunidade de recomeçar.
“Ninguém pode fazer com que você se sinta inferior sem o seu consentimento.” Eleanor Roosevelt
“Os únicos limites das nossas realizações de amanhã são as nossas dúvidas e hesitações de hoje.” Franklin Roosevelt
Cada um de nós tem um potencial incrível que precisa aprender a usar em prol desta transformação que queremos que aconteça em nossas circunstâncias. Ou seja, não podemos terceirizar esta tarefa. O primeiro passo que temos que ter coragem de dar é aquele que anule qualquer tipo de vitimismo e que nos posicione como protagonistas de nossa trajetória. Quando paramos de culpar fatos e pessoas por nossa condição e assumimos nosso protagonismo iniciamos a jornada rumo ao sucesso.
Nossa unidade é nossa força
Cada guerra que travamos é vencida através da junção de forças e da integração de capacidades. Quando entendemos o poder da unidade descobrimos o quanto precisamos do outro e o quanto o isolamento e a divisão nos derrota. Juntos somos mais fortes. Temos um inimigo em comum que precisa ser derrotado. Não se trata do governo, das circunstâncias e nem dos desafios que cada um enfrenta. Nosso maior e principal inimigo é nossa apatia, nossa procrastinação. Adiamos constantemente a decisão de recomeçar e da reinvenção.
Existe um impostor dentro de cada um de nós que precisa ser derrotado e desmascarado. Pois, os fracos e medrosos são os que gostam de acusar e procurar culpados. Não deixa de ser um escudo que mascara sua verdadeira condição e que busca justificativas que expliquem a ausência de resultados que experimentam. A famosa frase de Kennedy – “Não pergunte o que seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país”, pode bem ser aplicada neste momento em que celebramos nossa independência.
A maioridade de uma pessoa física é adquirida quando ela adquire capacidades plenas de fazer escolhas, de se sustentar e de responder pelas escolhas que faz. Esta condição a torna independente dos pais e curadores. O mesmo acontece com nossa nação. Só seremos realmente livres e independentes quando cada cidadão brasileiro tiver consciente e voluntariamente assumido seu papel e lugar nesta terra abençoada.
Nosso semelhante não é inimigo
A polarização atual do mundo instigou um tipo de abordagem que nos enfraquece e limita. Por isso, ao enxergamos nosso semelhante como inimigo e não como alguém que precisa e deve ser respeitado em suas escolhas e manifestações nos tornamos juízes de uma causa que não temos autorização para julgar. O papel de juiz não é nosso, pois, para isso teríamos que ter conduta ilibada e sabemos que não é o caso. Jesus, que foi o único homem sem pecado que já viveu nesta terra, convidou os que não tinham pecado a atirar a pedra naquela que condenavam. Não por acaso a multidão de acusadores afastou-se…
Foi assim no passado e continua sendo assim em nossos dias. Nenhum de nós é este exemplo de perfeição e de conduta que possa ocupar o papel de juiz de nosso próximo. Cada um responderá pelas escolhas que faz e colherá de sua própria semeadura. Nosso coração não deve abrigar contenda, ira, discórdia, rancor ou quaisquer sentimentos que diminuam nossa capacidade de continuar lutando por nossos sonhos. Quem odeia seu próximo mata-o em seu coração e um coração que abriga este sentimento não conseguirá prosperar.
O sábio é aquele que vigia em relação ao que abriga em seu coração. É também aquele que respeita os limites do outro sem manipulá-lo e também sem esperar que ele faça que só nós podemos fazer. O protagonismo de nossa vida é um posicionamento necessário e fundamental para que nossa trajetória seja bem-sucedida. Um país com cidadãos conscientes e maduros será um país independente. A maturidade e independência de nossa nação será verdadeiramente provada quando nosso coração verde amarelo estiver livre para perseguir sonhos sem aniquilar a capacidade de outros sonharem.