O brasileiro é um povo guerreiro, destemido, bem-humorado, acolhedor, dentre outras características que o tornam um cidadão único e, por consequência, transformam o Brasil em uma nação peculiar. Ou seja, nossa cultura, tradições, território, clima, miscigenação, citando apenas alguns de nossos atributos, forjam a identidade de nossa pátria. Cada nação possui sua beleza e peculiaridade, visto que, assim como o ser humano é único – o brasileiro é singular. Talvez, ainda, não tenhamos nos dado conta do potencial que temos, pois, a maturidade humana é conquistada à medida que os anos passam e as experiências se acumulam, assim também acontece com o amadurecimento dos povos.
Nossa maturidade, portanto, vem sendo estabelecida e adquirida através do acúmulo de experiências e aprendizados. Como nossa extensão territorial propicia uma diversidade gigantesca, não deve ser motivo de espanto o fato de que ideias divergentes surjam e precisem ser analisadas e discutidas civilizadamente. Ser maduro, portanto, está intrinsecamente conectado com nossa capacidade de tolerar as diferenças, sendo o diálogo respeitoso e honesto o caminho legítimo para construção de nossa identidade.
Tolerar o diferente e as diferenças, que são saudáveis e desejadas, é admitir que não temos direito e nem autorização para mudar o outro, mesmo quando sob nossa ótica ele parece estar errado. Pois, as escolhas e preferências de quem nos rodeia, contanto que não afetem e comprometam nossa liberdade, não nos dizem respeito. Pois, não fomos criados para ocupar papel de juiz de nosso semelhante, porque, toda vez que o fazemos ultrapassamos os limites de nossa jurisdição. Ou seja, só temos jurisdição sobre nós mesmos, porque só é possível mudar a si próprio.
O Brasil do brasileiro
O Brasil, portanto, é esta nação que amadurece gradativamente, a cada novo dia, quando escolhemos ocupar nosso lugar de protagonismo. O brasileiro que já entendeu que é chamado a exercer seu papel dentro dos círculos em que está inserido é alguém que contribui, em alguma medida, para construção da identidade nacional. Porque, sem uma identidade individual não somos capazes de colaborar com o estabelecimento do destino de nossa nação.
Por isso, se desejamos ver mudanças, elas precisam começar conosco. Inegavelmente, não existe espaço para pessoas que criticam, apenas. Pois, apontar pura e simplesmente questões que nos desagradam e procurar culpados não soluciona coisa alguma. Ou seja, encontrar erros sem compromisso com a solução de cada um deles não nos levará muito longe. Portanto, a atitude correta não é alienar-se ou negar a necessidade de melhoria e mudança em busca de uma identidade mais sólida, porém, algum sacrifício temos que estar dispostos a fazer para contribuir.
“A riqueza de uma nação se mede pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes.” Adam Smith
A identidade em construção
Uma identidade em construção é aquela que nasce a partir da consciência de nosso papel e não do outro. Ou seja, é aquela que estabelece, objetivamente, metas e passa a perseguí-las, lidando com os desafios inerentes de qualquer conquista. Já que, a identidade amadurece quando focamos naquilo que precisa ser aprimorado e modificado e transformamos os desafios em oportunidades de mudança.
O outro não pode e não deve ser culpado por nossos fracassos, pois os verdadeiros vencedores são os que não buscam desculpas, mas agem. Eles agem a partir do que possuem, começam com pouco e crescem. Nenhuma barreira é suficientemente grande para impedir o crescimento de alguém posicionado e resiliente. Pois, a estrutura humana foi desenhada para absorver aprendizados que lapidam nossa ótica do mundo e aprimoram a plasticidade de nosso cérebro. Por isso, esta musculatura emocional precisa ser desenvolvida e treinada e só nós podemos optar por este crescimento.
“Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela.” John Kennedy
Nossa independência
Só é independente alguém que consegue se manter, fazendo escolhas conscientes por si mesmo e por aqueles que dele dependem. A independência de uma nação não é, portanto, um ato único, vinculado à uma data ou a algum tipo de comemoração. Os atos que celebram nossa independência são legítimos e cheios de significado, mas a conquista de nossa identidade é que nos torna independentes de fato.
Celebre, portanto, as conquistas de sua identidade e saiba que elas contribuem para tornar nossa família, bairro, cidade, estado e nação mais livres e soberanos. O Brasil é dos brasileiros e tem sido construído por mãos e corações que amam seu solo, suas riquezas e sua gente. Quem veste verde amarelo, veste a camisa dos que entendem seus limites e fragilidades, mas que conhecem, também, seu potencial.
“Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria.” Benjamin Franklin
Feliz sete de setembro! Feliz a nação cujo Deus é o Senhor.
200 anos da Independência!