“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.” Martin Luther King
É fato que os desafios desta vida denunciam nossa essência. São eles que trazem para a superfície nossa matéria-prima, aquilo de que somos feitos. Seria estranho espremer uma laranja e esperar algum outro tipo de suco que não possuísse sabor de laranja.
Assim é conosco. Quando somos espremidos pelos imprevistos e desafios, o suco que produzimos revela nossa essência. Em momentos de dor, existem pessoas que se revelam muito mais fortes do que se consideram. No entanto, outras percebem-se mais frágeis e impotentes do que julgavam ser.
Independentemente do que esteja vindo para a superfície em nossa vida, é nossa a decisão de lidar ou não com as rachaduras de nossa alma. Ignorar esse fato é a decisão menos apropriada. Temos opção de retardar o confronto, mas nunca de negar sua existência, já que, isso seria burrice.
Quando nos assustamos diante do que vemos
Desmascarar nossas entranhas exige valentia e determinação. Nem sempre o que brota possui raízes aparentes. Em geral o que nos surpreende e desafia é o que está armazenado em gavetas lacradas.
Os lacres nem sempre são conscientes e intencionais, mas denunciam algum nível de dor ou, no mínimo, desconforto. Algumas camadas de vergonha, talvez baixa autoestima precisam ser cuidadosamente removidas, antes de visualizarmos a origem dos medos e traumas que carregamos.
Inegavelmente, as correntes podem ser diferentes, mas em alguma medida, abrigamos prisões e limites que se manifestam diante das dificuldades. Existe apenas dois tipos de pessoas, as que admitem e as que não admitem suas dores e limitações. Na prática, as limitações fazem parte de nosso DNA e todos nós as possuímos em diferentes medidas.
A verdadeira companhia
Os grandes exemplos da humanidade, os heróis, aqueles que influenciaram sua geração, são homens e mulheres que tiveram coragem de olhar para dentro de si. Os que não temem reconhecer seus erros e decidem aprender com eles, são os que avançam e lideram pelo exemplo.
A sensação de que estamos do lado errado da porta, de que a festa acontece em algum recinto e que não fomos convidados, é enganosa. Os verdadeiros heróis são os primeiros a admitir que tal lugar não existe. À medida que amadurecemos, aumenta a certeza de que sabemos muito pouco a respeito de nós mesmos e do mundo que nos rodeia.
O grande ingrediente desta receita é assumir nossa parcela de responsabilidade diante do que nos acontece. Culpar outros ou buscar desculpas que justifiquem essas lacunas não soluciona o problema e retarda o avanço.
Tenha coragem de viver sua identidade
A melhor versão de nós mesmos será sempre aquela que revele nossa verdadeira identidade. Não somos feios ou inadequados quando decidimos lidar com a realidade de quem somos. Não existem pessoas perfeitas, existem apenas pessoas que decidem se transformar. É uma decisão diária e às vezes dolorida.
Aprender, reaprender, desaprender, é um ciclo que não se esgota. Temos que aceitar o desafio de se deixar moldar. As digitais do “grande Oleiro” precisam estar presentes no barro. São elas que conferem originalidade e valor ao objeto.
“…transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2b