poços no deserto

A água é um dos mais essenciais elementos de nossa sobrevivência. O ser humano não sobrevive sem ela por muitos dias. Facilmente a falta de alimento é substituída ou superada, mas a falta de água não é tolerada por nosso corpo.

O organismo humano é composto de 65% de água. Igualmente, 71% da superfície de nosso planeta é composta de água. Por ser tão vital, a ausência de água subtrai nossa energia e sanidade. Qualquer pessoa desidratada não sobrevive por muitos dias.

Em condições normais a ausência de água é percebida e raramente tolerada. Por isso, as travessias dos desertos são tão desafiadoras e por vezes mortais. Cada um de nós já atravessou desertos com e sem água. Esses lugares áridos, onde o refrigério parece não existir.

São aquelas caminhadas intermináveis que parecem nos levar a lugar algum. Debaixo de um sol escaldante e de noites frias, às vezes temos a sensação de fracasso. Todas as vezes que adentramos em uma estação desértica, o que mais desejamos encontrar é um oásis que sacie nossa sede.

As batalhas do deserto em busca da água

O povo de Israel enfrentou muitas batalhas em sua travessia pelo deserto, uma delas é narrada no capítulo 3 de II Reis: “E partiram o rei de Israel, o rei de Judá e o rei de Edom; e andaram rodeando com uma marcha de sete dias, e não havia água para o exército e nem para o gado que os seguia.” 2 Rs. 3.9

Esses reis mencionados acima, pretendiam guerrear contra os Moabitas, e além de não terem água, estavam cansados e desanimados. Nenhuma vitória seria conquistada nestas condições e diante do desespero eles clamaram por ajuda.

A orientação que receberam foi a de cavar poços. Depois de uma jornada de sete dias, a arte de cavar poços diante de um sol escaldante, não parece lógica ou atrativa. Seria desperdiçar o resto de energia na tarefa de confiar que os poços se encheriam.

E ele disse: Assim diz o Senhor: Fazei neste vale muitos poços. Porque assim diz o Senhor: Não vereis vento, nem vereis chuva; contudo este vale se encherá de água, e bebereis vós, os vossos servos e os vossos animais.” 2 Rs. 3.16,17

Nossos poços no deserto

Ter fé em momentos desafiadores é a real demonstração de que conhecemos o caráter de Deus. Engana-se quem pensa que Deus não se importa com nossa necessidade. Ele importa-se, mas não se move baseado nela. Nossa fé move a mão de Deus, não nossa necessidade.

O ato de cavar poços no deserto, atrai a ação de Deus e o compromisso que Ele tem de mandar chuva para enchê-los. Temos sempre um papel no “milagre” que Deus opera em nós e através de nós.

Deus não faz nossa parte e, pretensiosamente, não é sábio querer fazer a dEle. A fé sem obras é morta (Tg. 2.20). Quando cavamos o poço declaramos de forma prática que confiamos que Ele mandará a água.

Essa parceria entre criatura e Criador precisa ser experimentada individualmente. Nenhuma vitória alheia nos encoraja tanto, como aquela que nós colecionamos. O relacionamento que Deus pretende ter conosco é pessoal e envolve parceria.

Decidindo cavar poços

A decisão de cavar poços, em obediência a uma orientação de Deus, é sábia e decisiva. Muitas vezes precisamos chegar a extremos para finalmente obedecer. Muitas vezes nossa saúde corre riscos, ou as derrotas são iminentes, quando finalmente nosso olhar é direcionado para o lugar de refúgio.

Os seres humanos são independentes em sua essência e ignoram o fato de que não foram criados para viver de forma independente. Nascemos com a necessidade de pertencer. Nenhum relacionamento familiar, de amizade ou parceria se compara ou ocupa o lugar que Deus deve ter em nossa existência.

Ele é o único que pode entrar em parceria conosco e nos preencher completamente. Enquanto cavamos poços, Ele manda a chuva. Nesta parceria a necessidade da criatura se encontra com a provisão do Criador. Mais importante que a provisão em si, nasce a certeza de que Ele se importa e que não estamos sós.

E sucedeu que, pela manhã, oferecendo-se a oferta de alimentos, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom; e a terra se encheu de água.” 2 Rs. 3.20