existência humana dentro e fora

Viver um dia de cada vez com certeza é sinal de sabedoria. Aprendo muito com minha amiga Blaire Fraim. Ela é missionária no Brasil, oriunda de uma cultura diferente e com características únicas ela me ensina com seu exemplo de perseverança.

É dela o relato abaixo de como deseja tocar nos dedos dos pés. São experiências diárias de perseverança que catapultam nossa fé para lugares de conquistas maiores. Reparto com vocês a experiência dela:

Nunca fui capaz de tocar os dedos de meus pés. Lembro-me de meu teste de aptidão de segundo grau em educação física, não consegui concluí-lo! Meu corpo flexível de sete anos, não foi capaz de dobrar-se!

A situação continuou durante anos que tentei jogar futebol e basquete. Tenho fama de desajeitada em minha família. Minha inflexibilidade causou-me problemas no ensino médio, quando comecei a enrolar os tornozelos, devido aos meus tendões serem tão apertados. Esses problemas continuam até hoje.

Aos 32 anos, a realização de tocar meus dedos ainda me inquieta e incomoda. Resolvi fazer algo a respeito. Comprei um tapete de yoga outro dia. Do tipo onde meninas magras se torcem como pretzels e observo em descrença!

Na última semana, todos os dias, fui até o tapete roxo com um objetivo: “tocar meus dedos dos pés”. Depois de sete dias, não contabilizo nenhum progresso, além de tremer os músculos e suar a testa. Tenho suspeita de que se continuar praticando, em dois anos, poderei tocar meus dedos!

Lembro-me de uma das primeiras vezes que eu e meu marido escalamos. Não éramos alpinistas, mas somos atléticos e nos divertimos! Nos meus 20 anos, corri muito com Jesus. Ele me levou em aventuras incríveis ao redor do mundo.

Esperava impactar algumas pessoas ao longo do caminho através do Seu amor. Meu zelo, vigor, senso de aventura e as oportunidades, significavam que poderia passar meses na estrada, em culturas estrangeiras, aprendendo coisas novas, me revirando e colocando-as em ação.

Este ano passamos pela maior transição de nossas vidas. Quando entramos em nosso segundo ano de casamento, empacotamos nossos pertences e nos mudamos para um novo país como missionários. Estamos aqui há cinco meses e sentimos que finalmente estamos saindo do modo “sobrevivência”.

Significa que sabemos como pagar nossas contas, ir ao banco e onde comprar mantimentos com preços razoáveis. São pequenas coisas que parecem grandes, quando você é capaz de fazê-las de forma independente e com sucesso!

Ao entrarmos no novo ano, estamos cientes de que preparamos o terreno com o qual podemos agora começar a estabelecer uma base. Uau… isso foi trabalhoso, e tudo que fizemos até agora foi só estabelecer as bases? Sim!

Hoje, aqui sentada aos 32 anos…um novo começo diante de mim, em uma nova nação. Desejo ver Deus se mover com transformação, justiça e poder. Não posso, no entanto, simplesmente me inscrever em uma maratona. Não tenho mais 20 anos e é hora de crescer.

Os lugares que Deus está me chamando para correr, construir, impactar, exigirão habilidade, resistência, excelência e caráter. Hoje, volto ao meu tapete de yoga, vou me esticar, dobrar e lutar.

Decidi cuidar do meu corpo, tratando-o com respeito, cuidado e atenção. Amanhã farei o mesmo e daqui dois anos, vou tocar nos dedos dos pés. A hora de crescer chegou.”

Blaire Fraim

Depois de 2 anos morando no Brasil ela fez grandes progressos… ainda não toca os dedos dos pés, mas já domina o idioma e se aventurou a abrir uma empresa que visa prover sustento para mulheres em situação de risco, a freebird Brazil.

Admiro demais sua determinação em vencer desafios e sua capacidade de superação.