aventura da vida

Nossa vida é uma aventura. Qualquer um que busque previsibilidade irá se frustrar com os rumos que algumas circunstâncias assumem. Seria ingenuidade pensar que nossos planos e projetos acontecerão na velocidade desejada e do jeito que sonhamos. O grande desafio é ter capacidade de se adaptar e fazer do limão uma limonada.

Certamente existem momentos em que as coisas desmoronam e nos desestabilizam. Mas, também existem ocasiões em que a vida nos presenteia com surpresas agradáveis. O fato inegável é que o protagonismo de nossa trajetória é afetado por fatores externos que fogem do nosso controle. Os grandes ganhadores do jogo da vida são os que possuem diferenciada capacidade de adaptação.

Por vezes desconhecemos nossa habilidade de inovar e criar soluções. Porque a essência do ser humano é adaptável. Mas, eventualmente esta capacidade está sufocada por medos e traumas. O grande vilão desta história é nosso subconsciente. Já que nele ficam registradas nossas memórias e um conjunto de experiências negativas. É de lá que extraímos reações instintivas que nos paralisam e, por vezes, mutilam.

“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.” Oscar Wilde

Quebrando os paradigmas

Os rótulos que nos colocam, e que acolhemos como verdadeiros, podem determinar muito de nosso desempenho. Nossa mente pode ser uma grande aliada ou nossa pior algoz. Os estudos neste campo estão avançados, porém, muitos aspectos de nossa psique são carregados de mistério. Desvendar o quebra-cabeças de como realmente funcionamos é decisivo para o sucesso da maioria de nossos projetos. Precisamos dosar adequadamente praticidade, planejamento, com ousadia, otimismo e determinação.

Inegavelmente pessoas em situações idênticas ou muito similares esboçam reações diferentes. Não é coerente esperar que as reações se igualem, já que somos seres únicos. Mas, o que para alguns é uma oportunidade, pode bem representar a falência de outros. A análise isolada de fatos não contribui para um diagnóstico coerente, porque nosso olhar captura nuances que são ignoradas ou desprezadas pelo outro. Por isso é tão imprescindível identificar o conjunto de fatores presentes em cada circunstância.

Certamente a baixa autoestima, os medos e os traumas se instalam sorrateiramente nos porões de nossa alma. De lá eles regem nossas escolhas. Não são vaidosos a ponto de buscarem protagonismo, contentam-se em se misturar com boas doses de esforço e dedicação. Assim mesclados, disfarçam-se de destino ou de “quem sabe não era para ser” e seguem causando danos aos sonhos mais legítimos. 

É urgente, portanto, a necessidade de confrontar estes paradigmas. Será sempre nossa a decisão de classificar estas reações com seus nomes verdadeiros. Enquanto as máscaras persistirem não seremos capazes de romper com este tipo de prisão. Quanto mais rápido e mais cedo nos aventurarmos sem medo, tanto maior será o significado de pequenos momentos. A areia que se apega aos pés é o indício de que o caminho foi percorrido.

A vida possui muita beleza

A capacidade de viver um dia de cada vez, perseguindo sonhos, sem se deixar abalar com os contratempos é decisivo. Todos em alguma medida cometem erros e sofrem reveses. A jornada não é linear e sem percalços como idealizamos. Os desvios de rota podem representar algum nível de atraso, mas jamais deveriam ditar o abandono dos planos. Existe beleza escondida nos caminhos alternativos.

Aventurar-se e divertir-se ao longo do caminho é uma escolha pessoal. Os que se levam menos à sério são os que mais facilmente lidam com os imprevistos. As metas rígidas, bem como os projetos que não contemplam os atrasos e ajustes, em geral são abortados, porque tendem a fracassar. Por isso, a maneira mais eficiente de atingirmos o alvo é permanecer focado e lidar com naturalidade e criatividade com os incidentes do percurso. Com o passar dos anos aumenta a consciência de que poderíamos ter usufruído mais de algumas estações.

O tempo passado não volta e por mais que esta frase seja um chavão, não se esgota a verdade nela contida. A vida escoa por entre nossos dedos muito facilmente. Retê-la não é possível, mas podemos e devemos encará-la como a maior das aventuras que experimentaremos. O espírito mais aventureiro de alguns acrescentará leveza aos momentos mais tensos, no entanto, todos temos um lado mais arrojado. A vida certamente é um presente, uma dádiva que merece ser celebrada diariamente.

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.” Clarice Lispector