Nossa vida é feita de ciclos. É importante observar quando eles mudam e se comportar adequadamente ao que eles representam. O apego demasiado ao passado nos impede de prosseguir e transicionar corretamente.
A transição envolve coragem. Por isso, quando tememos o novo e não descartamos o velho, não abrimos espaço suficiente para que a transição ocorra. É normal sentir receio de descartar algumas coisas, mas é imprescindível que o apego ao velho não roube o lugar do novo.
Estamos nos aproximando do final do ano. A reflexão natural do que conquistamos e daquilo que ficou para trás é oportuna e indicada. Embora a finalização de um ano físico não signifique necessariamente o encerramento de um ciclo completo, nosso olhar precisa identificar o que se encerra.
Certamente, muitos projetos serão finalizados nos próximos anos e alguns deles talvez iniciem nas próximas semanas. Por isso, independentemente do estágio em que se encontram, o importante é prosseguir com expectativa e otimismo. Cada projeto pessoal, profissional tem um início, um meio e um fim.
Quando as etapas não são identificadas
O perigo de não identificar a mudança de ciclos é insistir em algo que já foi finalizado, ou não iniciar algo que precisa ser iniciado. Assim como vestir um casaco de lã não é adequado no verão, insistir na continuidade de algo que foi finalizado é inadequado. Existe uma atitude e uma roupagem correta para cada estação de nossa vida.
A capacidade de perceber as transições adequando-se a elas é o que garante nosso avanço. O novo sempre assusta, desafia e exige adequação. No entanto, o ser humano tem uma capacidade de adaptação muito superior a que imagina possuir. Nossa maturidade e a conquista de novos territórios dependem disso.
Cada novo dia trás consigo alguma novidade. As peças do grande quebra-cabeças da vida são adicionadas individualmente. São elas que formam o desenho de nossa existência. Não conseguiremos encaixar todas as peças de uma única vez, a sequencia deve ser observada para que o ajuste seja menos dolorido.
A novidade dos ciclos pode assustar
Em geral um novo ciclo trás consigo um novo ingrediente, acrescentando uma nuance ou sabor novo à nossa jornada. Os que são naturalmente curiosos e aventureiros se deleitam com o rompimento do tédio e da mesmice. No entanto, os mais conservadores tendem a ficar desconfortáveis e resistir mais às mudanças.
Seja qual for o momento em que nos encontremos, temos a chance hoje de rever alguns posicionamentos e iniciar o novo ano prontos para as mudanças que ele trará. O fato de não resistirmos já é um componente importante da equação. Mas o progresso depende da capacidade que temos de preencher os espaços vazios corretamente.
“…Ninguém tira remendo de roupa nova e o costura em roupa velha; se o fizer, estragará a roupa nova, além do que o remendo da nova não se ajustará à velha. E ninguém põe vinho novo em vasilhas de couro velhas; se o fizer, o vinho novo rebentará as vasilhas, se derramará, e as vasilhas se estragarão. Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em vasilhas de couro novas.” Lucas 5:36b-38
Abrace o novo e não tenha receio de descartar o velho. Embora o novo nos desafie, sem ele a vida fica estacionada e sem cor. Não descarte nada antes do tempo. Não pule etapas, por mais atraente que pareça ser, pois, ao fazer isto, desperdiçamos mais tempo. Abraçar cada estação em sua totalidade e finalizar cada uma adequadamente garante uma vida plena.
“Uma das grandes desvantagens de termos pressa é o tempo que nos faz perder.” G. K. Chesterton