A história a seguir, foi extraída de um livro escrito por Charles Swindoll, intitulado “Eu um servo? Você está brincando?”. Na minha opinião, é uma história carregada de significado, dispensando qualquer adição ou explicação. Aprendamos com o cavalinho.
“O cavalinho era o brinquedo mais antigo daquele quarto de crianças. Era tão velho, que seu pelo castanho mostrava as muitas falhas, aparecendo a costura em baixo dele, e a maior parte dos pelos de sua longa cauda haviam sido arrancados para se fazerem colarzinhos de contas.
Ele era bastante experiente, pois já vira inúmeros brinquedos automáticos chegarem ali cheios de orgulho e arrogância, mas que, com o passar do tempo, quebravam as cordas e “morriam”. Ele sabia que todos não passavam de meros brinquedos, e que nunca passariam disso. Pois a magia do quarto de brinquedos é estranha e maravilhosa, e somente aqueles que já eram velhos e sábios e experientes como o cavalinho a compreendiam bem.
As lições do cavalinho
- O que é ser de verdade? Indagou o coelhinho certo dia, quando estava deitado ao lado do cavalinho, perto da lareira, antes de a ama vir arrumar o quarto. É ter dentro da gente uma coisinha que faz um zumbido e uma chavezinha de dar corda?
- Ser “de verdade” não tem nada a ver com a maneira como somos feitos, respondeu o cavalinho. É uma coisa que nos acontece, quando uma criança nos ama durante um longo tempo, isto é, não apenas gosta de brincar conosco, mas nos ama realmente, então passamos a ser “de verdade”.
- E isso dói? Perguntou o coelhinho.
- As vezes dói, disse o cavalinho, pois não gostava de esconder a verdade. Mas quando somos “de verdade”, não nos importamos muito com a dor.
- E acontece de uma só vez, como quando nos dão corda, ou é pouco a pouco? Quis saber ele.
- Não é de uma vez só, explicou o cavalinho. A gente vai se transformando, leva muito tempo. É por isso que aqueles que se quebram facilmente, ou têm arestas cortantes, ou têm que ser manejados com cuidado, não podem passar por este processo. De um modo geral, quando afinal nos tornamos “de verdade”, nosso pelo já foi arrancado pelos carinhos, os olhos já caíram, estamos com as juntas soltas e muito surrados. Mas nada disso tem importância, pois depois que somos “de verdade”, não somos mais feios, a não ser para as pessoas que não entendem nada dessas coisas.”
“Margey Williams (The velveteen Rabit)”