cristianismo

O cristianismo é celebrado em épocas distintas do ano por famílias ao redor do mundo. Famílias cristãs e não cristãs se confraternizam em datas como natal e páscoa, no entanto, cabe a pergunta sobre o que existe de verdade em torno destas datas? Para alguns é um período de reflexão, troca de presentes e uma oportunidade de rever amigos e familiares. Em algumas famílias esta é uma data em que empenham-se para, em torno de uma mesa, fazerem uma refeição juntos. Em se tratando do natal, as férias escolares e profissionais de muitos iniciam neste período.

“O cristianismo, se for falso, não tem nenhuma importância; se for verdadeiro, é de extrema importância. A única coisa que ele não pode ser é de moderada importância.” C S Lewis

O comércio explora estas datas e registra aumento nas vendas e alguns, inclusive, gastam excessivamente. No entanto, terminadas as comemorações, o que fica de verdadeiro e de concreto dentro de nossas famílias e corações? Cabe salientar também, que existe um grupo de pessoas que se deprime nestas comemorações e  busca, voluntariamente, o isolamento. Ora evitando o consumismo, ora o apelo social, buscam distanciar-se dos ajuntamentos.

Embora o desejo de buscar solitude possa ser legítimo, em sua grande maioria, pessoas com este comportamento possuem laços familiares frágeis e confusos. Por isso, a simples possibilidade de juntar todos em um mesmo ambiente é assustadora. Os fantasmas de lembranças de períodos de escassez assombram as celebrações, provocando quem sabe atitudes de empatia com os menos favorecidos. A ausência de algum ente querido pode também ser um gatilho que aciona uma nostalgia nem sempre saudável.

O que existe por trás destas comemorações?

O natal e a páscoa são festas celebradas no mundo ocidental especialmente, de formas diversas, e com motivações variadas. Sabe-se que o evento que supostamente justifica esta movimentação é o nascimento de Jesus e morte de Jesus, respectivamente. Outro fato importante a ser destacado é que possivelmente nem o nascimento, nem a morte de Jesus, aconteceram nos meses do ano em que são comemorados. Especula-se que talvez seu mês de nascimento tenha sido setembro, enquanto a páscoa é celebrada a partir do calendário de festas judaico. Mas, é fato que a comemoração nesta data é simbólica.

Para alguns, no entanto, pouco importa se Jesus nasceu e morreu mesmo, ou se é apenas uma lenda. Certamente, para outros Ele é realmente quem diz ser. Mas continua distante e pouco ou nada representa em seu contexto de vida. O cristianismo nominal, que reconhece Jesus como Filho de Deus, nem sempre carrega a realidade que sustenta essa crença. Isto é, limita-se a proclamar uma versão de fatos que nada ou pouco afetam sua forma de vida e seus valores.

No entanto, nem sempre isto significa que a pessoa não frequente uma igreja, ou não separe tempo para orar/rezar e fazer boas obras. Contudo, o verdadeiro evangelho, aquele que Jesus veio anunciar, não fundamenta-se em boas obras e muito menos em posturas religiosas. O Jesus da bíblia é aquele que agia e falava com coerência em relação à Sua missão. Ele vinha como substituto, assumindo o lugar que Adão havia perdido. Seu sacrifício permitiria que a humanidade pudesse se reconectar com o Criador.

O divisor da história – fundamento do cristianismo

Ele foi um homem que dividiu a contagem dos anos em antes e depois dEle (aC e dC). Por isso, independentemente da escolha que façamos em relação a Seu papel em nossa vida, somos forçados a admitir que Ele mudou o curso da história. Sua passagem por esta terra foi marcada com registros contundentes que comprovam a veracidade de Sua trajetória. Porque, tanto Seu nascimento quanto Sua morte, são inquestionáveis.

Mas ainda assim, precisamos decidir reconhecê-Lo como Filho de Deus, para que Seu nascimento e morte nos afete. Não existe meio termo quando o que está em jogo é receber ou não Seus ensinamentos como fundamento para nossas escolhas. Como bem disse C S Lewis, o cristianismo pode ser de pouca ou de muita importância, o que ele não pode ser é de moderada importância. Temos que ter coragem de escolher um lado da história e abraçar nossas convicções.

O livre arbítrio

Uma das essências do ser humano é o livre arbítrio. O cristianismo verdadeiro não é uma religião fundada por Jesus e seus seguidores. De fato o berço do cristianismo é a pessoa de Cristo – o Messias – Jesus. Contudo, a pessoa de Jesus veio convidar-nos a construir um relacionamento onde escolhemos voluntariamente dar acesso a Ele. Este acesso se dá ao reconhecermos que fomos desenhados para viver em parceria com Ele.

De maneira idêntica, reconhecemos que sem Ele não somos completos ou sequer temos acesso a Deus. Ele é o segundo Adão. Pois, assim como fomos incluídos na transgressão do primeiro Adão, nEle fomos reconciliados. Seu nascimento, assim como Sua morte, fazem parte de um plano de Deus para nos ter de volta. O cristianismo tem sentido e passa ser o alicerce de nossa fé e de nossas escolhas, quando reconhecemos que o único mediador entre Deus e os homens é Jesus.

“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,
o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos.” 1 Timóteo 2:5,6

Ao abraçarmos Seus ensinamentos; como fonte de respostas para nossos conflitos; elegemos Jesus como nosso Salvador e Senhor. Nos três anos e meio em que dedicou-se a proclamar as boas-novas, Ele abordou cada área de nossa existência. Através dos milagres que protagonizou, demonstrou que não só tinha poder para mudar circunstâncias, como se importava em transformá-las.

Os milagres de Jesus

Ele abriu olhos de cegos, fez coxos andarem e nem a morte foi barreira para Ele. Enxergava o sofrimento e se inclinava para o frágil, fraco e necessitado. Quando multiplicou pães e peixes, demonstrou Seu desejo de nos alimentar e saciar nossa fome natural. Não se agradava da escassez, nem da doença, ou de qualquer nível de escravidão. Ele olhou para dentro de nós e viu um vazio, um lugar que precisava ser preenchido pelo Criador.

Ele anunciou o caminho de volta. Disse que não nos deixaria órfãos, fazendo um convite para que todo cansado e sobrecarregado trocasse seu jugo pelo dEle. Ele não barateou o convite para os que desejavam segui-Lo. Mas, afirmou que precisariam negar-se a si mesmos e tomar sua cruz. Isto é, alertou para o fato que seus discípulos deveriam lidar naturalmente com oposição e com dificuldades de que Ele mesmo foi alvo.

O cristianismo, portanto, não é uma lista de regras ou sequer a identificação com um grupo religioso. Pois, cristão é um seguidor de Cristo, e quem com Ele tem um relacionamento. Portanto, a verdade do cristianismo, só se consolida na vida dos que ousam crer e reconhecem a necessidade desta parceria. Cristãos são aqueles que se percebem frágeis e incompletos sem a interação com o Criador.

A verdade do cristianismo

Inegavelmente, cristãos são pessoas que andam na contramão de algumas propostas, assim como Jesus andou. Eles creem no impossível e na realidade do sobrenatural. Não se percebem como devedores de ditames culturais ou sociais. Pensam que o valor da vida está no reconhecimento do fato de termos um espírito eterno, e que a vida não acaba após a morte. Por isso, naquela manjedoura e naquela cruz, contrariando tudo que é convencional, nascia e morria o Filho de Deus.

Ele viveria para servir e incentivaria seus seguidores a fazer o mesmo. Ele deixou lições preciosas, simples e profundas. Veio para confundir a sabedoria dos que se julgam sábios neste mundo. Em contrapartida repartiu conhecimento do alto com pessoas simples, traduzindo princípios eternos para linguagem que pescadores e prostitutas entendiam. Não se cercou de pessoas eloquentes ou poderosas. Andava com os simples e impressionava os mestres de Sua geração, que O ouviam boquiabertos. Ele continua sendo Rei e Senhor de todas as coisas e conquistou na cruz o direito de nos ter de volta.

Seu nascimento e morte são celebrados ao longo de gerações de maneiras diversas e com motivações variadas. Contudo, Ele se relaciona com todo que se achega a Ele com simplicidade e honestidade. Ele resiste aos soberbos e não confronta a independência com a qual alguns escolhem viver. Porque respeita a liberdade de escolha com que nos criou. Ele conhece o coração humano e sabe do que somos feitos. É o Criador se revelando como Pai da criação. É o Filho nos levando de volta ao Pai. Nele fomos adotados e eleitos como herdeiros de uma vida eterna. Por isso, será sempre nossa a escolha de acolher Seu ensino ou desprezá-lo.