poder das crenças

Nossas crenças têm poder. Pois, quando não exploramos a plasticidade do cérebro, presumindo que ele não muda, alimentamos um tipo de mentalidade estagnada. Assumimos que nosso caráter, inteligência e capacidade criativa são dados estáticos que não se modificam. Classificamos sucesso como consequência de uma inteligência inata, que possui padrão fixo. Por isso, desistimos de lutar pelo progresso; objetivando evitar falhas a todo custo.

Este, portanto, torna-se um padrão que sustenta a teoria de que somos inteligentes ou habilidosos por herança. Ou seja, nascemos ou não inteligentes e bem sucedidos. Mas, ao considerarmos que estamos em constante mudança, e apostarmos na plasticidade do cérebro; crescemos. Porque, a ótica que temos da vida e das circunstâncias é determinante para o crescimento. Já que, não considerar o fracasso como evidência de falta de inteligência; é crucial.

Pois, fracasso deve ser percebido como um trampolim encorajador para o crescimento. Assim como, devemos considerar o erro, como parte integrante do processo de aprendizado. Porque, podemos ampliar habilidades existentes e adquirir novas. Por isso, dessas duas mentalidades distintas, que manifestamos desde muito cedo, surge grande parte de nosso comportamento. Já que, nossa relação com o sucesso e o fracasso nos contextos profissional e pessoal, estão atreladas a essas crenças.

“Se você imagina menos; menos é o que sem dúvida você merece.” Debbie Millman

Ajustando o olhar

Nossa percepção sobre nosso potencial e habilidades nutrem nosso comportamento. Por isso, felicidade é a capacidade de extrair o melhor das circunstâncias, estando intimamente ligada aos tipos de crenças que nutrimos. Portanto, quando acreditamos que podemos ser transformados, possuímos uma mentalidade de crescimento. Sobre a qual, cultivamos a crença que nossas qualidades básicas podem ser desenvolvidas através de esforços.

Pois, embora possamos diferir em relação a talentos e aptidões, interesses e temperamentos; certamente, experiências adquiridas nos modificam. Inegavelmente, o verdadeiro potencial de uma pessoa é desconhecido. Portanto, só é revelado depois de testado por anos de trabalho e treinamento. A vantagem da crença de poder ser transformado reside no fato de adquirirmos paixão pelo aprendizado, não temendo a desaprovação.

Por isso, nossa diretriz passa ser a de considerar ensináveis as qualidades humanas como inteligência e criatividade. E até mesmo capacidades relacionais como amor e amizade, são cultivadas através de esforço e prática deliberada. Já que estamos aprendendo constantemente, o fracasso não nos desencoraja. Quando, finalmente, entendemos isso, paramos de tentar provar que somos bons. Nosso alvo passa ser a busca do aprimoramento das fragilidades identificadas no processo.

“Acreditar que não acreditamos em nada é crer na crença do descrer.” Millôr Fernandes

Exercendo poder

Decidir não esconder defeitos, e sim superá-los é decisivo. De maneira idêntica, cercar-se de pessoas que apenas nos aprovam é nocivo. Pois, devemos escolher estar próximos daquelas que nos instiguem a crescer. Porque a decisão de avançar envolve exposição das fragilidades. Já que, é mortal a crença de considerar o risco como algo inadequado, pelo temor de que revele incompetências escondidas. Porque a mentalidade de estagnação precisa ser descartada.

Por isso, os caminhos que escolhemos são distintos e fundamentados no tipo de mentalidade adotada. Porque nossas crenças manifestam-se na origem de nossas decisões e são aprendidas desde cedo. Manifestamos nossa tendência nos bancos escolares. Lá, arriscamos responder perguntas; visando aprender, ou escolhemos ficar calados. Os pequenos gestos denunciam quanto medo de julgamento e baixa autoestima abrigamos.

Pois, as imperfeições são vergonhosas para os que se percebem de forma inadequada. São estes que possuem padrões rígidos consigo mesmos. Portanto, a definição de sucesso para quem possui crenças limitantes está atrelada a presença ou ausência de capacidades inatas. Ou seja, acreditam que nascem e morrem com as mesmas habilidades. Contudo, para os que acreditam que podem aprender e aprimorar conhecimentos básicos, não existe limite para o que podem alcançar. Para estes os contratempos não são rótulos e sim um convite à superação.

“As coisas nas quais você realmente acredita sempre acontecem; e a crença em algo faz com que elas se tornem realidade.” Wright

Desenvolvendo relacionamentos

O cerne da questão está no fato de que devemos nos situar em relação ao tipo de crença que nutrimos comumente. Ao perceber que tendemos a nos classificar de forma equivocada, devemos gradualmente buscar mudança. Pois, sem um ajuste na origem de nossas crenças, seremos incapazes de lidar com os desafios que antecedem as conquistas.

Já que, tendem assumir proporções gigantescas, o que aumenta o risco de sucumbirmos aos seus apelos. Porque, basicamente, é nosso olhar em relação a nossa capacidade que precisa ser ajustado. Pessoas enxergam a mesma circunstância de formas diferentes, de acordo com as crenças que possuem. O objetivo deve ser desenvolver habilidades e, ao mesmo tempo, buscar crescimento mútuo.

Mas, para que isso aconteça, precisamos perceber que estamos lado a lado. Ou seja, somos semelhantes no que diz respeito à potencial. Porque, um dos objetivos deve ser construir uma atmosfera de confiança, para que ambos estejam vitalmente interessados no desenvolvimento mútuo. As lentes através das quais interpretamos o que nos rodeia favorece ou dificulta esta interação.

Entendendo o poder das crenças

Os que não se percebem capazes de desenvolver habilidades, sofrerão mais ao longo do processo. Pois, tenderão a elaborar monólogos internos de constante julgamento e auto avaliação. Pois, quando usamos as informações como evidência a favor ou contra alguém, estamos nos considerando em posição de desigualdade. Nos sentimos ameaçados pelo potencial alheio e tememos que alguma falha revelada nos roube oportunidades.

Contudo, se desejamos avançar; nosso monólogo interno não pode ser de julgamento. Mas, deve revelar um apetite voraz de aprendizado constante. Este tipo de crença contribui para o estabelecimento de aprendizado mútuo e ações construtivas. É fato que podemos reconstruir nossos hábitos cognitivos; adotando atitudes muito mais frutíferas e nutritivas. De maneira idêntica, temos que corrigir qualquer distorção de nossa ótica que nos isole dos demais. Já que, ninguém prospera sozinho.

Nascemos para conquistas coletivas e individuais, que também beneficiam o grupo. Quando nos percebemos solitários nesta luta, por não nos considerarmos aptos, temeremos os revezes normais da trajetória. Corremos o risco de nos sentir preteridos e descartados. Quando na verdade o que ocorre é uma auto sabotagem. Por isso, ter coragem de lidar com a origem destas crenças é crucial e inadiável. Porque disto depende os rumos que daremos a nossa vida e ela é única. Não estamos ensaiando, tudo que vivemos é para valer.

“Quanto maior for a crença em seus objetivos, mais depressa você os conquistará.” Maxwell Maltz