A bússola é um instrumento de navegação do qual poucos de nós fizeram uso. Na atualidade o corresponde seria o GPS, que assumiu o protagonismo e, por isso, comumente ignoramos a funcionalidade do que, por séculos, guiou nossos antepassados. A bússola possui um funcionamento simples. A Terra é um grande ímã que possui um campo magnético. Assim sendo, tem seu pólo Norte magnético e seu pólo Sul magnético. O papel da bússola é fazer a interação das cargas magnéticas de sua agulha com as linhas magnéticas da Terra.
Ou seja, se a agulha da bússola puder girar livremente, sabendo-se que pólos opostos se atraem; o polo norte da bússola é atraído pelo sul magnético da Terra e vice-versa. Isto é, a parte sul da bússola é atraída pelo norte magnético da Terra. Definida a direção do Norte geográfico, uma rosa dos ventos fornece qualquer outra direção desejada. Portanto, na prática, o sul da bússola apontará sempre para o norte geográfico. Esta descoberta brilhante dos chineses no século I, possibilitou o início das peregrinações do ser humano ao redor de nosso planeta. Com segurança e certo grau de precisão as interações começaram a ser feitas.
O salto tecnológico gigantesco do mundo globalizado atual, nos permite variadas conexões com diferentes realidades, em velocidade surpreendente. A partir de onde estamos, dependendo única e exclusivamente do poder aquisitivo de cada um, podemos nos deslocar para qualquer canto do planeta. Literalmente vamos de leste à oeste, de norte à sul, em poucas horas. Estas facilidades abrem um leque de opções diante de nós. Podemos escolher não só conhecer novos lugares, como viver neles. Nestas ocasiões somos expostos à cultura, idioma e modos de viver diferentes do nosso. Além disso, temos opção de estabelecer conexão virtual com cada um destes lugares.
“A consciência é a bússola de um homem.” Vincent Van Gogh
A bússola das nações
Certamente é sempre uma experiência enriquecedora contemplar o mundo e a vida, a partir de novas perspectivas. Algumas destas experiências nos provocam, instigando-nos a repensar nossas escolhas. De maneira idêntica sugerem abordagens diferentes para situações cotidianas. Inegavelmente, somos produto do meio em que vivemos. Por isso, é inevitável que o que nos rodeia nos afete. Por outro lado, existem realidades que nos chocam e das quais desejamos manter distância. Possuir uma identidade, que é resultado de nossa nacionalidade, é inevitável. Portanto, quer gostemos ou não deste fato, ele está incorporado a quem somos. Por isso, os contrastes são facilmente percebidos quando somos expostos a ambientes diferentes.
É sabido que nem todos possuem facilidade e nem sempre sentem-se atraídos pela oportunidade de transitar entre realidades opostas. Alguns consideram ser possível interagir apenas com o que classificam como qualidade de cada nação, como sendo o ideal. No entanto, isto não é somente impossível, como inadequado. Já que descaracteriza a personalidade do povo. Pois, o que é qualidade para alguns, pode ser defeito para outros. Inegavelmente esta revolução tecnológica nos possibilita níveis de interação fantásticos, sob muitos aspectos. É inquestionável o fato de que ao mesclar conquistas de povos mais desenvolvidos, com povos menos desenvolvidos, o resultado é positivo.
Pois, as combinações podem ser infinitas e surpreendentes. Porque cada nação possui um Norte. Isto é, cada nação possui uma identidade. Portanto, é precisamente sobre estas características únicas e específicas, que o alicerce da população se estabelece. A posição geográfica, e por consequência o clima, influenciam seus hábitos. Não menos importante, o idioma falado dá o “tom” da comunicação entre seus habitantes. A arquitetura retrata um pouco da ótica e os costumes de cada região, e cada detalhe desenha o que definimos como cultura local. Saindo do macro e indo para o micro, cada lar e ser humano é afetado direta e indiretamente por estes fatores.
“Dentro de nós há uma bussola que aponta sempre para o “nosso” norte, mesmo que placa externa indique sul.” André Zanarella
A bússola do ser humano
Explorar essa diversidade cultural e a beleza de cada povo, não envolve mais uma bússola física. No entanto, jamais abandonamos nossa bússola interna. Ou seja, cada um de nós nasce com ela; e a agulha de nossa bússola interior é magnetizada por uma série de fatores ao longo de nossa existência. Ela apontará sempre para o nosso “Norte”, que traduz um pouco de quem somos. Por isso, nossa movimentação deve acontecer a partir deste referencial que, por sua vez, conecta-se com um campo magnético externo. Por isso, assim como a Terra oferece o campo magnético que posiciona a bússola, Deus é o Campo Magnético de nossa bússola interna.
Considerando este paralelo entre o funcionamento de uma bússola convencional, com nossa “bússola interna”; concluímos que ela não existe sem o campo magnético externo. E, assim como um não existe sem o outro, é ineficiente toda tentativa de movimentação do ponteiro de nossa bússola, desconectado do campo magnético externo. Pois esta ação não representaria a verdade. Portanto, toda tentativa legítima de incorporar hábitos de outras culturas à nossa, pode ser frustrado. Pois, alguns hábitos estão intrinsecamente relacionados à determinada cultura e região. A tentativa de nos moldar a alguns deles é ineficiente, porque não nos traduz.
A frustração ocorre especialmente quando esta adaptação é imposta por força de alguma circunstância. O simples fato de nos sentirmos encurralados, nos transforma em pessoas resistentes à mudança. A sensação de que somos violentados nos leva a buscar saídas alternativas, quando a resposta está em respeitar o movimento feito pela bússola. Pois, em última análise, este movimento nos indica a direção correta que devemos seguir. Porque, nosso norte é diferente do norte de outra pessoa, pelo simples fato de sermos únicos. Assim como o sinal de GPS pode ser perdido e deve ser restaurado, nossa bússola não funciona quando perde o contato com seu Campo Magnético externo (Deus).
“A palavra de Deus é a bússola do cristão.” Billy Graham
Utilizando nossa bússola
Esta figura da bússola se presta para explicar de forma simples, mas verdadeira, a necessidade que temos de um “norte”. Nascemos com senso de destino e propósito e sem isso nossa existência fica vazia. Podemos percorrer o mundo todo, e ainda assim sentir que não fizemos tudo. Porque só seremos eficientes para cumprir nosso chamado e propósito, quando fizermos o que fomos designados para fazer. Para que isso seja possível, um dos fatores decisivos e determinantes é estar no lugar certo, na hora certa. Somente uma bússola bem calibrada poderá nos conduzir na direção correta. É nosso dever manter nossos olhos fixos nela, a cada escolha que fazemos.
Pois, os pequenos desvios de rota, podem significar um grande distanciamento do alvo. Somos resultado de um conjunto de fatores e nenhum ser humano é igual ao outro. Nos identificamos mais com alguns e menos com outros, mas isso não significa que tenhamos pares idênticos. Qualquer teoria ou estudo que tente enquadrar os seres humanos em classes ou estabelecer estereótipos fracassa. Fomos posicionados estrategicamente pelo Criador numa determinada região, com habilidades específicas e um chamado único e pessoal. Por isso, nossa movimentação precisa ser estratégica e guiada por Deus, que é o Campo Magnético que interage com nossa bússola.
Qualquer movimentação desvinculada do Campo Magnético, gera cansaço e não nos leva a lugar algum. Quem tem uma bússola pode ir onde quiser, mas quem deseja cumprir seu papel nesta terra, precisa ter afinidade com o Criador da bússola. No entanto, isso não é sinônimo de estagnação. Pelo contrário, é a garantia que fomos criados para nos mover, mas em segurança e com um propósito. Estacionar em algum porto, sem cogitar a possibilidade de mudança, é tão nocivo quanto a movimentação independente. O mundo está diante de nós para ser desbravado e conquistado. Portanto, cada um que esteja posicionado, estará contribuindo para que seja um mundo melhor.
“A fé é uma bussola dentro do coração, que não importa o caminho que se siga, ela sempre apontará na direção de Deus.” Helisson Rafael S. Cantalice
“Os sonhos são como uma bússola, indicando os caminhos que seguiremos e as metas que queremos alcançar. São eles que nos impulsionam, nos fortalecem e nos permitem crescer.” Augusto Cury